A administração dos Estados Unidos adverte sobre a possibilidade de uma “década perdida” na Europa. E alerta para a necessidade de as autoridades europeias evitarem a todo o custo uma depressão ainda mais profunda. A realidade é que o mundo não se pode permitir uma década perdida na Europa.
As atuais políticas não têm conseguido atingir os objetivos do G20, de um crescimento forte, sustentado e equilibrado. Apesar das medidas tomadas pelo BCE, através de políticas monetárias expansivas, as mesmas não se revelaram suficientes. Os Estados Unidos consideram que as autoridades europeias têm de tomar medidas concretas e decididas para evitar que a região volte a cair numa depressão económica ainda mais profunda. De notar que o G20 tinha acordado um crescimento de 2%, mas a própria Comissão Europeia veio colocar de parte essa possibilidade e baixou para quase metade a fasquia.
Os norte-americanos apontam o seu próprio exemplo à Europa, assumindo que, depois da crise financeira e económica profunda, o país tem conseguido recuperar de forma sustentada. Mas o mundo não pode esperar que sejam os Estados Unidos a garantir o necessário impulso económico. Sobretudo, é necessário colocar em prática políticas que permitam o aumento da procura interna. O que os Estados Unidos dão a entender é que as medidas tomadas desde o eclodir da crise financeira foram as mais adequadas e acabaram por dar resultados. Entretanto, a Europa, na sua grande parte, parece estar constantemente a hesitar, o que faz com que as reformas estruturais não avancem, tornando-se num verdadeiro travão à evolução e à mudança, num mundo cada vez mais global e competitivo.