
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) insiste que os elevados níveis de desigualdade podem impedir o crescimento a longo prazo e apela a uma maior distribuição dos recursos.
Caso as desigualdades continuem a agravar-se, poderão provocar reduções até 7,5% do PIB “per capita” nos próximos 25 anos. A realidade é que as crises económicas têm alargado o fosso entre ricos e pobres, não se tratando meramente de um problema social, mas que também tem impacto nas pespetivas económicas. Não se pode olhar apenas para a necessidade de criar emprego, é preciso dar especial atenção às desigualdades que se verificam. Refere a organização: “A disparidade entre salários limita a capacidade dos jovens de menos recursos investirem na formação, incorporarem-se no mercado laboral e participar na sociedade, o que acaba por se repercutir no crescimento.”A distribuição dos recursos tem de ser vista como um fator de inclusão, ainda segundo a OCDE. É importante ainda a criação de postos de trabalho menos precários e com mais qualidade. Cerca de 10% da população mais rica tem receitas 10 vezes superiores às da população mais pobre. O que é bem revelador dessas desigualdades.