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Sucessão nas empresas vai ter fundo de 500 milhões

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AEP conclui o projeto Laboratório da Sucessão Empresarial
Uma das primeiras iniciativas da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) a ser concretizada será um fundo de apoio à sucessão empresarial, com uma dotação inicial “da ordem dos 500 milhões de euros”. A confirmação foi feita por Ricardo Luz, membro da Comissão Executiva da instituição, vulgarmente referenciada como “banco de fomento”, no encontro “Sucessão empresarial: um debate a 360º” que a Associação Empresarial de Portugal (AEP) promoveu há dias, no Centro de Congressos da Exponor.

O encontro ficou a marcar a conclusão do projeto Laboratório da Sucessão Empresarial, que a associação levou a cabo, ao longo do último ano e meio, com cofinanciamento do Compete, ao abrigo do QREN, para monitorizar a situação em Portugal e criar um ambiente propício à partilha de informação e à facilitação de instrumentos de apoio ao processo de sucessão nas empresas portuguesas, mormente entre as PME.
O projeto atingiu os objetivos dos promotores e constituiu “mais um passo em frente” no trabalho que a AEP tem vindo a desenvolver nesta área, como salientou Luís Miguel Ribeiro, vice-presidente da associação, na abertura do encontro. Anteriormente, recordou, foi elaborado o “Livro branco da sucessão empresarial”, que a AEP publicou no final de 2011 e que acabou por ser um “instrumento determinante” para colocar as questões relativas à transmissão da propriedade e à sucessão nas empresas na agenda económica nacional.
A determinação e resiliência com que muitas empresas portuguesas de cariz familiar têm enfrentado as adversidades dos últimos anos foi um dos aspetos enfatizados por aquele responsável. “Muitas delas sobreviveram exatamente porque a família entendeu que a empresa era um património comum a preservar, ainda que isso tivesse acarretado custos para os seus membros”, salientou, lançando o debate que se haveria de seguir, desdobrado em três painéis. O primeiro foi subordinado ao tema “Planear a sucessão”, o segundo versou “A escolha do sucessor” e no terceiro esteve em equação a “Gestão da continuidade do negócio”. Fizeram-se ouvir sucessores e sucedidos ligados a empresas como Bial, Meireles, Lusoverniz, Fibrosom, Megadies e Costa & Rego, além de especialistas e estudiosos destas temáticas da Telles de Abreu & Associados, da International School of Professional Coaching e da APCER.

Formação é fundamental
 
O investimento em formação e a qualificação dos agentes empresariais envolvidos em processos de sucessão foi um tópico referido em várias intervenções, depois de o vice-presidente da AEP ter dito que formação e inovação são “indissociáveis do sucesso” do processo de transmissão intergeracional dos comandos de uma empresa.
“Tem sido subalternizado o apoio ao aprofundamento e qualificação do saber-fazer português, nomeadamente na indústria, e esquecido o contributo das instituições financeiras e do Estado às empresas que encaram o processo de sucessão como uma oportunidade de se relançarem e de se tornarem mais competitivas, maximizando a preparação, a experiência e os conhecimentos dos sucedidos”, observou.
O vice-presidente da AEP sublinhou ainda que “cerca de 80% do tecido empresarial português tem cariz familiar e desempenha um papel socioeconómico relevante, gerando, sensivelmente, 60% do PIB nacional e assegurando metade do volume total de emprego”. Todavia, adiantou, só 50% das empresas familiares são bem-sucedidas na passagem para a segunda geração e apenas 20% conseguem atingir a terceira.
Face a esta realidade, Luis Miguel Ribeiro entende que o sistema financeiro “só tem a ganhar em ser parceiro das empresas familiares e em ajudá-las a aproveitar o processo de sucessão para investir, crescer e modernizar, tornando-as mais capazes e competitivas”.
A banca, nomeadamente, deveria “olhar para esta questão com outros olhos”, uma vez que, dada a sua natureza familiar, “este tipo de empresas representa um risco certamente menor, uma vez que os seus donos estão dispostos a todos os sacrifícios para preservar o negócio e o seu património”.
 
Fundo para mitigar dificuldades
 

Chamado a participar no debate, três horas depois, Ricardo Luz, administrador da IFD, confirmou a criação de um fundo de apoio à sucessão empresarial, com um capital inicial “da ordem dos 500 milhões de euros”.
Apesar de não se ter comprometido com prazos, dada a “grande complexidade do processo” até à sua operacionalização, aquele membro da equipa de José Fernando Figueiredo revelou que a IFD espera poder aceder a financiamento de instituições como o Banco Europeu de Investimento (BEI) para dar resposta a “problemas agudos” do tecido empresarial português, como é o caso da sucessão e, sobretudo, da necessidade de capitalização.
“Pretendemos recorrer ao BEI e a outras instituições congéneres, conseguir um empréstimo adequado à realidade portuguesa, negociar com a banca comercial e, depois, fazer chegar esses fundos às PME. E aí este tipo de fundos já poderá ter uma dimensão maior, sem as limitações impostas pela Comissão Europeia, tornando-se, digamos assim, em fundos livres”, explicou Ricardo Luz.
Com este tipo de instrumentos, a IFD pretende, segundo aquele seu administrador, que as PME possam capitalizar-se e, ao fazê-lo, mitigar e “ajudar a resolver” os problemas familiares que muitas vezes surgem, pelas mais diversas razões, em processos de transmissão da propriedade – incluindo pelo facto de a empresa se encontrar descapitalizada. A ideia é possibilitar a um ou a vários dos membros da família condições para negociar com os seus pares, igualmente interessados no processo, a transferência ou aquisição de participações na empresa.
 
“Kit” informativo ajuda à sucessão
 
A fase final do encontro foi reservada à apresentação das “Ferramentas de apoio à sucessão”, nas quais o fundo a lançar pela IFD está incluído, assim como o “Kit para a sucessão empresarial”, que reúne informação e conselhos úteis, muitos deles resultantes das boas práticas adotadas noutros países europeus e com interesse para quem está (ou possa vir a estar) envolvido em processos de transferência intergeracional da liderança ou da propriedade nas empresas familiares.
O documento não pretende ser mais um estudo sobre esta problemática, mas sim um instrumento que permita destacar, de forma isolada e complementar, alguns dos seus conteúdos que funcionem como uma espécie de “manual de instruções” para o “voo da sucessão”, como realçou Maria da Saúde Inácio, diretora da AEP Projetos.

A Empresa Familiar decide de forma simples e rápida

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Reflexões sobre Empresas Familiares
O processo de decisão é um dos principais fatores competitivos de uma qualquer entidade, pelo que não deve ser deixado ao acaso ou livre-arbítrio. 
Associando-se esta afirmação a ideia de que uma decisão está essencialmente dependente de três aspetos:
  • processo de preparação e disponibilização dos elementos necessários à construção de opções;
  • tempo definido para a decisão congruente com os objetivos da organização e
  • definição clara e poder do órgão ou pessoa que pode deliberar,
é importante que não caiamos no erro típico de “não decidir”, pois esta situação é equivalente a tomar uma decisão: a de não fazer nada, ficando tudo como estava.
Felizmente que nas organizações de índole familiar a conjugação desses três elementos costuma ser exemplar, o que permite que estas empresas possuam uma agilidade e capacidade de resposta que bem as diferenciam de quaisquer outras entidades.

Fundada há quase um século por Diogo Barbot, atualmente posiciona-se como a terceira marca no ranking do s
etor das tintas em Portugal.
Nascida no Porto, no rescaldo da I Guerra Mundial, esta empresa familiar regia-se pelos princípios do rigor, segurança, qualidade e serviço ao cliente.
Em 1958 foi construída uma nova fábrica em Laborim, Vila Nova de Gaia, já sob a responsabilidade de Carlos Aires Pereira, sucessor de Diogo Barbot, sendo que em 1962 a gestão da empresa é assumida por Zaida Barbot, filha do fundador, nascendo a tinta Dioplaste – uma tinta inovadora e que marcou a história das tintas em Portugal.
Em 1982,o seu filho Carlos Barbot assume a gestão da empresa e lidera o processo de expansão da produção, dando-se a transferência das instalações do Porto para Vila Nova de Gaia.
As 16:20 de sábado, 6/6/15, foi a hora de início de um incêndio numa destas fábricas da Barbot em Laborim. Apesar de uma situação difícil, dada a natureza dos materiais que esta indústria utiliza e a localização próxima de zona habitacional, cerca de quatro horas depois era dado como extinto.
Nesse dia Carlos Barbot disse à agência Lusa: “O que ardeu foi a parte antiga. É uma unidade que constitui apenas 6% da produção total das Tintas Barbot. Vamos redirecionar a produção daquele local para outras unidades e tomar as medidas necessárias”.
Menos de 10 dias depois, os trabalhadores, com a garantia de que os postos de trabalhos estavam assegurados, já estavam de regresso à empresa que, em anúncio em alguns jornais nacionais, comunicou: “A fábrica que fez correr muita tinta vai continuar a produzir muita tinta”.
Para se conseguir estas ações implementadas em tão curto espaço de tempo, só se pode constatar que o processo de decisão nesta sociedade familiar é de facto muito ágil.

 


Temas para reflexão:
  • Quem tem poder de decisão na nossa empresa?
  • As principais decisões são de responsabilidade de um órgão ou de uma pessoa?
  • A rapidez de decisão é alicerçada nos valores da empresa?
António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
pt.linkedin.com/in/antonionogueiradacosta/
http://www.facebook.com/ajncosta
 

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
Santiago – Porto   www.efconsulting.pt
Colunista: 
António Nogueira da Costa

Mudar política de preços dos aeroportos é vital para atrair novos mercados

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David O’Brien, CCO Ryanair, em Lisboa, afirma
David O’Brien, CCO Ryanair, esteve em Lisboa para uma reunião com o Ministério da Economia na qual efetuou um briefing sobre os planos da Ryanair, dando a perceber como Portugal poderá ou não participar no crescimento da companhia aérea low cost. “Como o aeroporto de Lisboa tirou quaisquer incentivos, existem apenas os preços publicados, isso tem o resultado perverso de incentivar as companhias aéreas a operar nas rotas estabelecidas, em vez de criarem novos mercados. Utilizamos os nossos custos internos mais reduzidos para tirar quota de mercado aos mercados existentes. Gostávamos de fazer rotas na Europa como Palermo ou Bolonha, mas sem incentivos e preços elevados, as únicas rotas que escolheremos são aquelas que já foram testadas por outros. Não geramos outra procura nem novos mercados se não somos pagos para isso”, explicou O’Brien.

As encomendas de aeronaves de pequeno curso para os próximos dez anos, Boeing e Airbus, revelam, de acordo com O’ Brien, que “30% dos novos lugares serão Ryanair” e que “se algum país ou aeroporto quer uma injeção significante de capacidade devem falar connosco porque teremos um terço dos novos lugares. Estamos menos inclinados para fazer novas rotas e mais para rotas tradicionais se os preços se mantiverem, o que achamos que deve acontecer e é por isso que devem criar competitividade em Lisboa e conceder Montijo a outro operador independente. A base militar do Montijo pode ser desenvolvida rapidamente com custos reduzidos e  tornar-se um segundo aeroporto internacional em Lisboa”, acentua o CCO da Ryanair.

Mil passageiros equivalem a um emprego

O Airports Council International (ACI) diz que todos os mil passageiros equivalem a um emprego, dependendo da eficácia dos aeroportos, logo para cada milhão de passageiros resultam entre 800 e mil empregos. Ryanair tem 7,5 milhões de passageiros em Portugal o que significará que existem sete mil empregos nos aeroportos criados pela Ryanair sem contar com os empregos gerados na hotelaria e restauração. “Um estudo indica que 800 euros é a média gasta por turista e estadia em Portugal, calculando que metade dos passageiros serão turistas, vendo as coisas de forma conservadora porque em Portugal será eventualmente uma percentagem superior, dois milhões de turistas a multiplicar por mil são dois mil milhões de euros gastos. Mais de sete mil empregos e mais de dois mil milhões de euros gastos pelos passageiros da Ryanair. Se em 2014 houve 10 mil milhões de turistas em Portugal, sendo a quota de mercado Ryanair de 20% do mercado, as contas conferem”. Estão em dois milhões de passageiros, assumem que 50% são turistas e que aumentarão no próximo ano na mesma ordem, logo serão mais 500 mil passageiros, gastando em média 800 euros cada, o que representam uma verba de 400 milhões por ano.
Em Março de 2015 a Ryanair terá mais 32 aviões (atualmente possui 315, logo tingirá 340 aviões). “Onde localizaremos os novos aviões? Nos aeroportos com os melhores custos. Em Colónia certamente porque temos um bom acordo, colocaremos dois aviões. O Turismo de Lisboa gostaria de ter um voo para Colónia, mas faremos o mesmo dinheiro voando para Barcelona e é menos uma hora de voo. Do ponto de vista comercial temos menos custos e utilizaremos o avião mais vezes”.
Voltando à ideia de Montijo, “com custos atrativos”, David O´Brien refere que “a Ryanair poderá provavelmente duplicar o tráfego em Portugal”.

Ryanair  aposta em Portugal

Rynair conta crescer de 90 milhões de passageiros para 160 milhões nos próximos nove anos, logo são 60 milhões de passageiros por ano na Europa. Em Portugal, a companhia low cost atingiu os 7.4 milhões de passageiros e, na Europa, Ryanair representa 17% do mercado de curto curso (o mercado europeu representa 25 milhões de passageiros no total). Ryanair é a companhia número 2, depois da TAP, sendo a primeira no Porto e Faro, 40% de quota, Faro 27%. Em Lisboa começaram operações há dois anos e no primeiro ano tiveram um milhão de passageiros e dois milhões neste ano de 2015, logo de 5% de quota de mercado no primeiro ano passaram para 11% no segundo ano. Serão a companhia aérea número 2 no aeroporto de Lisboa até ao final do ano. “Acredito que seremos número um em Portugal”.
Quanto à mais recente aposta em Portugal, a base de Ponta Delgada (Açores) - um investimento de 102 milhões de dólares, com tripulação e aeronaves no local - já atingiu um fator de carga de 90% em cerca de um mês de operações, efetuando 2 voos diários para Lisboa, 1 para o Porto e 1 para Londres. Neste momento já consideram operar na Terceira.  Portugal representa atualmente cerca de 7% do tráfego da Ryanair.

Empresas podem regularizar dívidas à Segurança Social em 150 prestações

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Adesão a um plano prestacional permite ter acesso aos fundos comunitários
O Governo quer “uma maior dilação temporal” para regularização das dívidas das empresas à Segurança Social, o que representa “muitas vezes a derradeira oportunidade para se manterem ativas, com a correspondente manutenção de postos de trabalho”.

Assim é assumido no preâmbulo do Decreto-Lei 128/2015, de 7 de junho, que vem alargar para 150 o número máximo de prestações para as empresas regularizarem as suas dívidas perante a Segurança Social. Isto, desde que “a dívida exequenda exceda 500 unidades de conta no momento da autorização”, o executado “preste garantia idónea ou requeira a sua isenção” e, em terceiro lugar, se demonstre “notória dificuldade financeira e previsíveis consequências económicas”.
Numa nota enviada à “Vida Económica”, o ministro da Segurança Social faz saber que esta alteração “tem um forte potencial para diminuir o incumprimento de planos prestacionais. Além de se “enquadrar no perfil de empresas cuja única necessidade é uma maior dilação temporal para regularização da dívida”.
Por outro lado, esta mudança visa responder às empresas que pretendem avançar com candidaturas a fundos comunitários, pois tudo isto “vem ao encontro dos contribuintes que têm urgência no enquadramento da dívida em plano prestacional que lhes permita a efetiva regularização da sua situação perante a Segurança Social”, com isso “obtendo e mantendo a sua situação contributiva regularizada”, nomeadamente “para efeitos de acesso aos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI)”.

Turismo: a saída da crise

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I. O turismo tem assumido um papel determinante na minimização dos efeitos económicos e sociais decorrentes da crise financeira iniciada em 2007 e que, quase 10 anos volvidos, ainda não logrou ser ultrapassada.
A hospitalidade lusitana, um clima imbatível, um notável equilíbrio entre a modernidade e a tradição e a prática de preços competitivos colocaram Portugal no topo dos destinos turísticos de eleição. A estes elementos positivos acrescem as dificuldades sentidas por alguns dos nossos mais diretos concorrentes: a instabilidade do Norte de África continua sem fim à vista e o controlo de capitais imposto à Grécia aconselha outras paragens.
Foi assim, sem espanto, que na entrega dos Óscares do turismo europeu (World Travel Awards), de 2014, Portugal tenha conquistado 16 prémios, quase duplicando o número arrecadado no ano transato.
O crescimento do turismo resulta de uma conjugação de esforços, assumidos pelas autarquias, pelas associações de turismo, por empreendedores individuais e pelos mais distintos promotores públicos e privados. Mas este fenómeno reflete também uma forte mudança do paradigma social: Portugal está hoje virado para o turismo. Ao passearmos pelos centros das nossas grandes cidades, somos confrontados com uma realidade nova, vibrante e cosmopolita, mas não só, também os nossos refúgios do interior e do litoral são explorados por viajantes, sedentos de conhecer a alma do nosso país. Por fim, a lista ficaria incompleta se não fizéssemos referência ao Algarve e à Madeira, destinos clássicos em constante mutação.

II. Também o Direito tem contribuído de forma decisiva para o desenvolvimento do turismo em Portugal. Para além da segurança do nosso país, que é, evidentemente, um reflexo do excelente funcionamento das nossas forças jurídicas e policiais, é possível identificar um conjunto de alterações legislativas que vieram favorecer e potenciar o estado de graça do turismo nacional:
O Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, que consagrou o novo regime jurídico da instalação, exploração e funcionamento dos empreendimentos turísticos, veio munir o sistema nacional de um regime moderno, adequado às necessidades de um mercado cada vez mais competitivo.
O Decreto-Lei n.º 37/2011, de 10 de março, que alterou o regime dos contratos de utilização periódica de bens, de aquisição de produtos de férias de longa duração, de revenda e de troca (time sharing), procurou um equilíbrio entre a modernização e a proteção dos consumidores.  
O Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de agosto, que aprovou o regime jurídico da exploração dos estabelecimentos de alojamento local, levou, como bem explica João Cotrim de Figueiredo, presidente do Turismo de Portugal, a uma profunda reforma do setor, tendo como efeito imediato uma multiplicação extraordinária dos estabelecimentos registados.

III. A importância do turismo extravasa a realidade nacional e impõe-se nos restantes países de língua portuguesa, como se evidencia no estudo da Prime Yield, publicado na presente edição da Vida Judiciária.
A estabilidade política, o crescimento económico e a segurança são características que hoje associamos aos países africanos de língua portuguesa, em especial quando comparados com as difíceis realidades dos seus mais próximos vizinhos. O clima hoje aí vivido permite encarar o futuro do turismo com enorme otimismo e expectativa.
Este sentimento é comum à realidade brasileira. A realização de dois grandes eventos globais (Mundial e Jogos Olímpicos) representa o culminar dos esforços desenvolvidos e a consagração do Brasil como potência turística internacional.

*Doutor em Direito Professor Auxiliar convidado da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

Plano de Avisos de Candidaturas do Portugal 2020 simplificado e atualizado

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A Comissão Interministerial de Coordenação do Acordo de Parceria (CIC Portugal 2020) deliberou, a 1 de julho de 2015, alterar o Plano de Avisos de abertura de candidaturas, versão já disponível no portal Portugal 2020.

O plano agora publicitado inclui todas as deliberações da CIC adotadas até 1 de julho relativamente ao calendário de avisos para apresentação de candidaturas, dando aplicação ao modelo de governação do Portugal 2020.
Os planos anuais de abertura de candidaturas permitem aos potenciais beneficiários dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) saberem, com a devida antecedência, as datas de abertura de candidaturas aos Programas Operacionais.
O Plano de Avisos de 1 de julho traz algumas mudanças relativamente ao anterior plano de 15 de março. Uma das mais notórias é a simplificação das tipologias dos projetos. Por exemplo, agregou-se numa só tipologia a proteção de direitos de propriedade intelectual e industrial. Nota-se também uma maior abrangência de abertura simultânea de candidaturas, incluindo aí mais domínios temáticos (CI, SEUR, POCI, ISE). As datas de abertura são indicadas apenas uma vez e não duas, como anteriormente acontecia.
O Plano de Avisos de Candidaturas do Portugal 2020 pode ser consultado aqui.

Grupo Conforama tem plano de investimento de 20 milhões de euros até 2017

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O grupo Conforama, que no inicio deste nês abriu a loja de Matosinhos, está a investir 20 milhões de euros na abertura de novas lojas, criando 240 postos de trabalho até 2007. As próximas aberturas são em Setúbal, no dia 15, e em seguida em Sintra.O objetivo da empresa é alcançar o segundo lugar na venda de mobiliário e decoração em Portugal, privilegiando as relações com os fornecedores de móveis portugueses. A nova loja de Matosinhos cria 60 novos postos de trabalho, reforçando a economia local, tendo uma área de exposição de 5000 m2 e um armazém de apoio de mais 5000 m2.

A loja da Conforama fica localizada junto ao Ikea e ocupa um terço da área do retail park que o fundo Novimovest, gerido pelo Santander Asset Management, está a promover nesta zona.
A Conforama é o primeiro cliente do Matosinhos Retail Park, que se desenvolve numa área de 30 mil m2 de construção, e com um parque com perto de 500 lugares de estacionamento.
Presente no mercado português desde 1991, a Conforama reformulou o layout das quatro lojas – Madeira, Cascais, Amadora, Albufeira e Gaia –, pretendendo posicionar-se agora num “público jovem, cosmopolita e moderno”.
Com sede em França e fundada em 1967, é o maior criador de mobiliário para o lar, integrando o grupo Streinhoff. A empresa ocupa o segundo lugar a nível mundial no mercado de equipamento para o lar, sendo especialista em cozinhas, móveis, decoração e eletrodomésticos.
Atualmente está presente em França, Espanha, Croácia, Itália, Luxemburgo, Suíça e Portugal, contando com uma rede de 272 lojas e cerca de 13 mil colaboradores em todo o mundo.
“Nas lojas Conforama encontra-se um espaço confortável e amplo com bonitas peças de design, uma grande oferta de produtos com a melhor relação qualidade/preço e com vendedores especializados que ajudam na  escolha do produto que procuramos. O transporte e montagem ao domicílio é uma mais-valia apresentada”, destaca fonte da empresa.
A Conforama é o maior fabricante de móveis em África, sendo a segunda maior empresa no mundo na distribuição de produtos para o lar, e além de ser líder em França.

Misericórdia do Porto investe 10 milhões de euros na reabilitação de prédios para arrendar

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Protocolo no âmbito do programa Reabilitar para Arrendar é assinado hoje
A Misericórdia do Porto vai assinar com Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) um protocolo no âmbito do programa Reabilitar para Arrendar, destinado à reabilitação de 40 prédios, num valor de investimento de 10 milhões de euros.

António Tavares, Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, confirmou à Vida Económica que, neste momento, “tem identificados mais de 40 prédios que podem, num primeiro momento, ser abrangidos por este programa, num valor estimado em dez milhões de euros”.
O Provedor destaca, ainda, que trata-se “fundamentalmente de um protocolo de cooperação entre duas entidades com fins de serviço público que pretendem criar uma plataforma de informação que permita gerar um efeito multiplicador que possa ser aplicado em muitas outras instituições com património na cidade do Porto”.
O programa Reabilitar para Arrendar, lançado há perto de dois anos, recebe agora um novo impulso tendo em conta a provação de uma linha de financiamento, contratada com o Banco Europeu de Investimento (BEI).
Este programa, promovido pelo IHRU, pretende incentivar o desenvolvimento do mercado de arrendamento, ao fornecer condições financeiras atrativas a proprietários de edifícios que possam assim realizar a reabilitação de edifícios e coloca-los depois no mercado de arrendamento, a preços competitivos, de forma a garantirem a procura que existe para este tipo de oferta.
O programa Reabilitar para Arrendar arrancará com um financiamento de 50 milhões de euros, sendo a fatia principal, 25 milhões de euros, garantida pelo Banco Europeu de Investimento. Esta é também a primeira vez na Europa que o BEI financia privados num programa com estas características.
O  Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa assegura uma fatia de 15 milhões de euros e o IHRU, os restantes 10 milhões de euros.
Empréstimo de 15 anos a taxa de 2,9%  
O programa tem como alvo a reabilitação de edifícios com mais de 30 anos, localizados nos centros de cidades como Coimbra, Lisboa e Porto. Os proprietários que vierem a ter acesso a este financiamento irão beneficiar de condições muito atrativas. De destacar que os empréstimos têm uma taxa fixa durante os 15 anos em que decorre o empréstimo; a taxa de juro é muito competitiva, de 2,9%; a garantia do empréstimo será unicamente a hipoteca do próprio edifício.
Beneficiando de taxas de juro reduzidas, os proprietários que recorrerem ao programa Reabilitar para Arrendar, tem como única condição que, enquanto decorra o reembolso dos valores, os prédios terão de ser colocados no mercado do arrendamento e de praticar valores de renda condicionada.
Para além da Misericórdia do Porto, o IHRU conta também assinar protocolos com várias associações de proprietários e de promotores e investidores imobiliários.
Sendo a Misericórdia do Porto um dos proprietários com grande número de imóveis na cidade do Porto, António Tavares destaca que  estes programas, não tendo uma varinha mágica, são decisivos neste esforço coletivo de reabilitação urbana. “Ajudam a criar as ferramentas para que os privados possam ter acesso ao mercado financeiro e deste modo possam iniciar o processo de reabilitação. Este programa vem no momento certo porque ajuda a economia nas suas vertentes do turismo e da construção civil. Ao mesmo tempo cria emprego e melhora a qualidade de vida nas cidades”, alerta o Provedor da Misericórdia do Porto.

Têxteis e vestuário superam os dois mil milhões nas exportações

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As exportações da indústria têxtil e vestuário nacional registaram um crescimento de 2%, nos cinco primeiros meses e face a igual período do ano passado, para mais de dois mil milhões de euros. O saldo da balança comercial do setor é agora de 470 milhões de euros, de acordo com a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP).

O destaque vai para as exportações de artigos têxteis para o lar, sobretudo os tapetes e outros revestimentos, com um aumento substancial de 18%, no período em análise. As exportações de filamentos sintéticos ou artificiais cresceram 13%, enquanto se verificou um acréscimo de três pontos percentuais no vestuário e acessórios em malha.
Não menos importante foi o desempenho dos produtos têxteis técnicos. Neste segmento, o destaque vai para os tecidos impregnados, revestidos, recobertos ou estratificados, cujas exportações apresentaram um aumento de 9%, até ao passado mês de maio.
A Espanha reforçou a sua hegemonia na tabela dos principais destinos das exportações da ITV, constituindo-se o país com o maior crescimento absoluto. Já as exportações para os Estados Unidos cresceram cerca de 29%, enquanto foi de 19% o aumento para o Canadá, sendo que estes dois destinos se colocam entre aqueles que mais cresceram em termos absolutos. Destaque ainda para os 195% verificados no crescimento das exportações com destino à Argentina.

Liberty Seguros vai estar entre os três principais “players” do mercado

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José António de Sousa aponta objetivo de quota superior a 10%
A Liberty Seguros pretende crescer por aquisição e estar entre os três principais players do mercado português – afirma José António de Sousa. Em entrevista à “Vida Económica”, o presidente e CEO da Liberty admite que gostaria de ter ficado com uma parte do negócio de seguros do grupo Caixa. A Liberty esteve em negociações avançadas com a Açoreana, a Global e a Tranquilidade e avalia agora novas oportunidades de crescimento, através da concentração na atividade seguradora.
Após a compra da operação da Europeia/Winterthur ao grupo Crédit Suisse, a Liberty Seguros passou a ser a seguradora mais rentável do mercado, aumentou em 50% o volume de emprego, e tem sido considerada, ano após ano, a melhor grande organização para trabalhar em Portugal. José António de Sousa explica porquê.

Vida Económica - Como tem evoluído o posicionamento da Liberty no mercado, e os resultados obtidos em comparação com a média do setor?
José António de Sousa -
A Liberty Seguros iniciou o seu percurso em Portugal em 2003, com a compra da antiga Europeia ao grupo Credit Suisse / Winterthur.
Quando arrancámos em 2003 o volume de negócios era mais ou menos de 110 milhões de euros, o que representava uma quota de mercado de uns 2,8 % em Não Vida. Fechámos o exercício de 2014 com uns 244 milhões de euros de volume de negócios em Não Vida (270 milhões incluindo Vida), correspondente a um crescimento, no período considerado, superior a 130%, o que nos permitiu alcançar uma quota de mercado de 6,6 % em Não-Vida!
Quando comprámos a companhia em 2003, a situação de descalabro interno era tão grave que, além do capital necessário para a compra, foi pedida ao “board” do grupo, pelo então presidente do Liberty Mutual Group, Ted Kelly, autorização para manter em “standby” uma importância de capital adicional de dois dígitos (ou seja, bem superior a 10 milhões de euros), para o caso de ser necessário injetar capital na operação de forma emergencial.
Não só este montante nunca veio a ser necessário como conseguimos obter este crescimento sem pedir um único centavo de capital aos nossos acionistas. Ou seja, financiámos o crescimento com recursos gerados pela operação, distribuímos dividendos superiores ao que os acionistas pagaram pela companhia em 2003, e a companhia vale hoje, pelo que vejo ser pago em Portugal por operações em estado por vezes calamitoso, ou pelo menos muito complicado, umas cinco a sete vezes o montante que foi pago pelo Liberty Mutual Group pela Europeia em 2003. Desde 2003 até hoje a companhia gerou mais de 140 milhões de euros de resultados líquidos (depois de pagamento de impostos).
Não farei comparações, porque não me compete fazê-las para o exterior. Fazemo-las internamente, obviamente. Mas quem se der ao trabalho de olhar para estes resultados, e os comparar com o que aconteceu no mercado com a esmagadora maioria dos operadores ao longo destes 12 anos, não terá outra forma de descrevê-los a não ser dizendo que são extraordinários.

VE - Tendo em conta a quota de mercado em outros países, qual é o objetivo de crescimento para Portugal?
JAS -
Exceptuando nos EUA, onde a Liberty é um “player” dominante (entre os três maiores grupos seguradores no mercado), e um ou outro país da América Latina, em que somos líderes de mercado (Venezuela), ou estamos em vias de o ser (Chile, Colômbia), as operações que a Liberty tem nos outros mercados asiáticos, europeus e latino-americanos ainda são pequenas em termos de quota de mercado.
Em conjunto, as companhias que conformam a divisão internacional do Liberty Mutual Group (Liberty International) são no entanto um conjunto poderoso dentro do grupo. Apesar de ser uma operação jovem (o Liberty Mutual Group criou a Liberty International em meados dos anos 90, ou seja, há uns 20 anos atrás, quando a maioria dos nossos concorrentes multinacionais já andava nestas “andanças” da internacionalização na maioria dos casos há mais de 100 anos), a Liberty International representa já 25% do faturamento global do Liberty Mutual Group, e é considerada a unidade de negócios com maior potencial de crescimento!
Em Portugal, e voltando ao que o presidente do Liberty Mutual Group então, em 2003, disse em entrevista a um semanário português logo a seguir à aquisição, gostaríamos de chegar a estar entre os três principais “players” do mercado, com uma quota de mercado superior a 10%. Sem pressas, com muito juízo e bom senso, porque chegámos aqui para ficar.

VE - A Liberty tem estado atenta a possibilidades de concentração. Avaliou a Tranquilidade, e estuda companhias como a Axa, a Açoreana e a Lusitânia. Quais são os aspetos que mais valoriza numa seguradora que pode vir a ser comprada?
JAS -
Fico contente que tenha abordado esta questão, porque me vai permitir esclarecer um tema candente, o da minha entrevista recente a um jornal económico, que gerou algum “sururu” em alguns círculos do setor, por causa de uma ou outra afirmação que fiz (e que repetirei até à saciedade, porque sei muito bem o que digo, e porque o digo). Como descrevi logo no início, fizemos um trabalho fora de série a crescer organicamente, com rentabilidade, num mercado altamente problemático, e que não cresceu, aliás decresceu, nestes 12 anos. Se a memória não me falha, em 2003 o mercado Não Vida representava 3,8 mil milhões de euros de volume de negócios total. Em 2014 o mercado fechou com algo como 3,78 mil milhões, ou seja, 20 milhões menos do que há 12 anos atrás. Num mercado que decresceu, como vimos, crescemos, como referi antes, mais de 130% em Não Vida. Sempre com rentabilidade.
Os acionistas estão contentes, agradecidos, e têm um enorme respeito pelo trabalho que foi feito pela minha equipa. São acionistas pragmáticos, e têm-no vindo a demonstrar, mostrando disponibilidade para olhar para (quase) todas as possibilidades de aquisição que têm aparecido no mercado ao longo destes anos.
Estivemos muito próximos de comprar a Açoreana, em 2006, se a memória não me atraiçoa, ainda o saudoso e apreciado Comendador Horácio Roque era vivo, mas ele teve um rebate de consciência na reta final, e desistiu da venda quando os documentos finais para a compra já estavam elaborados, e tinham sido discutidos ao longo de meses. Fomos ao processo de venda da Global, uns anos mais tarde, licitámos até um determinado momento, mas chegou um ponto em que os acionistas consideraram que o ativo já não valia o montante que tinha atingido no leilão, e desistiram (e bem, como se veio a verificar). E temos estado não só atentos, mas ativos na procura de outras oportunidades para acelerar o crescimento. Gostaríamos de ter ficado com uma parte dos Seguros do Grupo Caixa, mas a venda do todo em pacote não o permitiu.
Por muito que gostem de Portugal, os nossos acionistas não estavam dispostos a investir no nosso mercado o montante envolvido. Quem comprou fê-lo com objetivos determinados, muito mais vastos e estratégicos do que aquilo que possamos tratar de adivinhar. Teriam pago o que fosse necessário para ficar com o ativo, tal como provavelmente a Anbang o faça com o Novo Banco.
 Mas como para nós o crescimento só se justifica atrelado a rentabilidade, chega um momento em que ou o preço é excessivo, e difícil de justificar, ou então a operação não é interessante. Foi isso que aconteceu em relação a outros dossiers para os quais olhamos até hoje.
O caso da Tranquilidade é um caso muito especial, e um dia descreverei com detalhe o “via crucis” que vivemos na tentativa de entrada no processo de compra dessa magnífica seguradora, que eu descrevi como “obscuro” na outra entrevista, com sobradas razões para o fazer. Mas a distância aos factos ainda é curta. Um dia, a minha narrativa fará parte das resenhas que os historiadores utilizarão para escrever sobre a lamentável história do BES / GES.
Peço perdão pela longa introdução, mas era necessário, porque o tema é álgido, complexo e desperta paixões em muita gente, nem sempre pelos melhores motivos. Mas para ir já direto ao cerne da questão que me coloca, temos um enorme respeito pelo capital dos acionistas. Se fôssemos gregos, ainda acreditaríamos que o dinheiro nasce na árvore das patacas, que as dívidas não são para pagar (pelo menos na íntegra), e que podemos gastar indefinidamente o que não temos, nem o que não geramos com o nosso esforço, e que outros camaradas pagarão solidariamente as nossas despesas. Mas não, não somos gregos.
Os acionistas disponibilizam capital (entrust = confiam-nos o dinheiro) quando faz sentido, e depois exigem retorno (ROE) puro e duro (tendencialmente 12% ao ano, podendo haver excecionalmente um ou outro ano em que não se chegue, mas muito esporadicamente apenas). Portanto, aquilo que mais valorizo numa seguradora que pode vir a ser comprada é a sua complementaridade com a nossa (para não ser necessário sacrificar muitos recursos no processo de consolidação), e a qualidade da sua equipa humana.
 
VE - Quais são as vantagens para os clientes de um mercado segurador mais concentrado?
JAS -
Se me pergunta assim de forma tão direta, eu diria que poucas. Veja-se o caso das telecomunicações, da energia e, muito em breve, possivelmente da água. Continuam a ser mercados fortemente monopolizados ou dominados por um player com força próxima da de um monopólio, pelo que o consumidor final português paga mais do que qualquer outro europeu por esses serviços.
O mercado segurador português ainda está muito atomizado, sobretudo em Não Vida. Como vimos, não cresceu, mas o número de players começou por crescer graças à livre prestação de serviços na UE. Esta atomização da oferta beneficiou por um lado o consumidor, porque os preços médios das coberturas baixaram significativamente nestes últimos 12 anos, com maior força a partir de 2008.
Com isso houve vários “players” que não aguentaram, as margens esmagaram-nos, e tiveram que vender as suas operações, e sair do mercado. Ou seja, o processo de concentração que estamos a viver hoje deve-se muito ao facto da atomização da oferta que houve, e dos benefícios que os clientes obtiveram com a correspondente baixa nos preços médios das coberturas. Baixas que foram de tal maneira irresponsáveis, nalguns casos, que levaram a que várias companhias importantes do mercado estejam há três ou mais anos consecutivos a perder dinheiro. Iremos assistir portanto ao fenómeno inverso. E os clientes não vão gostar. Baixa-se facilmente uma tarifa. O processo inverso é um “via crucis” doloroso.... Vamos ver quem aguenta. O mercado mais concentrado, no caso do mercado português, irá gerar um mercado mais sólido, mais profissionalizado, mais eficiente. No longo prazo trará benefícios para o consumidor, mais do que preços baixos não sustentados tecnicamente, que são efémeros.
 
Ramo automóvel a crescer
 
VE - Em que ramos existem mais oportunidades de crescimento?
JAS -
Com a retoma económica estamos a ver novamente mais automóveis a ser vendidos, ou seja, espera-se que o Ramo Automóvel volte a crescer.
Na medida em que a retoma económica seja para valer, e não cosmética, outros ramos de Não-Vida irão voltar a crescer (Acidentes de Trabalho, Incêndio, Responsabilidade Civil). E com o empenho e a sanha com que grupos de interesses obscuros têm vindo a tratar de destruir o Serviço Nacional de Saúde, veremos certamente crescer a oferta de produtos de seguros nesta área.
Com os cortes cirúrgicos que irão sendo feitos nas pensões vigentes, mas sobretudo nas perspetivas futuras de vir a ter uma, veremos também cada vez mais jovens, na medida em que o rendimento disponível aumente, a pôr de lado 100, 200 ou 300 euros por mês para preparar aquilo que os germânicos definem como a “Dritte Säule” (a terceira coluna, ou seja, investimento e poupança pessoal na preparação da reforma, sendo que as outras duas colunas são o Estado, uma coluna cada vez mais quebradiça e débil, e as empresas que, na medida em que tenham que lutar pelo melhor talento do mercado, se diferenciam precisamente pelos benefícios que dão).
 
VE - Que fatores fazem com que a Liberty seja considerada, ano após ano, a melhor grande empresa para trabalhar?
JAS -
São tantos... Temos um complexo ecossistema dentro da companhia dificilmente replicável. Começa com a estrutura achatada, quase sem hierarquias, descomplicada, sem “doutorites” e jogos de poder castrantes, o que permite que a comunicação flua a grande velocidade do topo até ao cantinho mais recôndito da organização, quase em tempo real, e que as decisões sejam tomadas com grande celeridade.
Continua pelo leque de princípios e valores que partilhamos e vivemos quotidianamente (vivemos mesmo, o “walk the talk” é uma realidade palpável na nossa casa). Falo de trabalho em equipa, de integridade, de honestidade, de rigor, de humildade, de compromisso, de simpatia e esforço genuíno na procura da excelência de serviço aos nossos parceiros e mútuos clientes.
Falo de nunca nos esquecermos das nossas raízes, de que somos seres humanos a trabalhar para seres humanos. E também, importantíssimo, o facto de termos estabelecido uma meritocracia interna que todos reconhecem como justa em termos de atribuição de benefícios e de progressão de carreira. Diz-se assim de uma penada em meia dúzia de linhas, mas demora anos de esforço sólido e de persistência a construir.

VE - Se pudesse voltar atrás preferia ter encontrado uma oportunidade, ficando em Portugal ou continuaria a optar por uma carreira no estrangeiro?
JAS -
Como dizem os americanos “with hindsight” (sabendo o que sei hoje), e podendo voltar atrás, não trocaria um segundo que fosse da minha experiência de 25 anos na Alemanha, Espanha, México, Brasil, México novamente, Suíça e Venezuela por uma vidinha recatada e tranquila aqui no mercado português.
A vida é curta. O que vi por esse mundo fora, a experiência de lidar com culturas diferentes, não como turista durante uma ou duas semanas, mas a trabalhar no duro com eles, enriqueceram-me de uma forma difícil de explicar. Há gente maravilhosa em todo o lado. As pessoas nas companhias são muito iguais, independentemente do país em que vivem. Respeitando-as, dando-lhes oportunidades justas, tratando-as bem, conseguem-se formar equipas de alta performance em qualquer país do mundo.
Tive uma vida fabulosa enquanto andei lá por fora. Mas adoro o meu país e a minha gente, com todos os defeitos que temos. E vale muito a pena lutar por melhorar o tal “sistema”. É realmente muito pouco o que nos separa, este país cheio de pequenos defeitos que somos, de um país de primeiro mundo.

“O ambiente na maioria das empresas apodrece as pessoas“

“Licenciei-me em Economia na Faculdade de Economia da Universidade do Porto em 1978. Eram anos difíceis. O FMI já nos tinha visitado recentemente, e viria pouco tempo depois novamente.
Jovem ambicioso, habituado a trabalhar desde muito cedo (comecei aos 16 anos a vender com enorme sucesso a Enciclopédia da Mulher, especializei-me em vender este produto ao segmento enfermeiras em hospitais por todo o país !), a falar quatro idiomas (alemão fluente, porque fui aluno do Colégio Alemão do Porto, francês, inglês e espanhol) além do materno, aproveitei uma oferta para ir fazer formação profissional numa seguradora multinacional alemã em Colónia.
Um ano depois, aos 24 anos, era Diretor de Resseguro Vida, Saúde e Acidentes para a Península Ibérica a partir do escritório em Madrid... E aos 28 era Diretor-Geral para a América Latina, a partir do escritório na Cidade do México.
Em nenhuma empresa portuguesa teria tido a oportunidade de crescer profissionalmente a esta velocidade, porque infelizmente os critérios para os lugares interessantes em Portugal estão longe de estar assentes no mérito puro e duro, no valor e no esforço individual. Amizades, cunhas, empurrões de amigos, dívidas de gratidão, subserviência e servilismo, lealdades mal entendidas continuam a determinar as carreiras profissionais de muitos jovens em Portugal. Por isso os portugueses, quando vão lá para fora, florescem.
Somos mesmo (exceções confirmam a regra) bons e bem preparados. E génios criativos em termos de improvisação de qualidade e que funciona e resolve problemas e situações. Quando temos de lutar pelo nosso próprio mérito e esforço, somos fabulosos, fantásticos mesmo. Infelizmente isso só funciona lá fora.
O ambiente em Portugal, na maioria das empresas, apodrece as pessoas. Por isso eu recomendo a qualquer jovem que tenha apreço por si e pelas suas qualidades, ou seja, uma boa dose de autoestima, e outra de ambição pessoal, que rompa paradigmas e faça uma de duas. Criar a sua própria empresa/negócio ou ir trabalhar lá fora uns anos, decidindo mais tarde se fica, ou se regressa. Se um dia regressa a Portugal, como eu regressei, terá uma cabeça bem mais “ventilada”, umas poupanças, uma boa série de ideias, ou então virá para ser dono e senhor de um investimento importante (como o homem da PT), ou líder de uma multinacional (como eu).
Ficar aqui a penar, a fazer estágios de três anos (ou de qualquer outra duração) não remunerados, como me dizem que há advogados a fazer, ou então a ganhar um salário que não lhes permite viver a sua vida, não é opção para ninguém. Acredite, disseram-me que aí no Porto há gente que pensa que deveriam ser os formandos a pagar a sua formação, ou seja, não têm nada que receber dinheiro para ser formados! Devem trabalhar à borla! Não entendo como no século XXI pode haver “empresários” a pensar assim.
Por outro lado, não conheço nenhum jovem das minhas relações, e são muitos, a começar pelas minhas duas filhas, uma médica na Cidade do México, outra a trabalhar em Vendas na Nestlé em Barcelona, que tenha ido lá para fora e que não arranje logo um emprego decente, remunerado adequadamente, que lhe permite fazer a sua vida e sonhar. Aqui, aos nossos jovens o “sistema” tirou-lhes aquilo que nunca deveria morrer: a capacidade de sonhar, a ambição de querer chegar mais longe.”

Porto de Leixões inaugura novo terminal de cruzeiros

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A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) vai inaugurar o novo terminal de cruzeiros - Terminal 1 do Porto de Leixões.

A sessão solene, que decorre no próximo dia 23 de julho, com início pelas 16 horas, vai contar com a presença de membros do Governo e marcará o início de uma nova fase da economia da região Norte do país: com 90 escalas de navios de cruzeiro já previstas, só até ao final de 2015 deverão chegar ao Terminal 1 do Porto de Leixões cerca de 83 mil passageiros e 42 700 tripulantes.
Construído no final do século XIX e sucessivamente alargado e melhorado, o Porto de Leixões é o segundo maior porto artificial do país. Situado 4 km a norte da foz do rio Douro, no concelho de Matosinhos, o Porto de Leixões é a maior infraestrutura portuária da Região Norte de Portugal e uma das mais importantes do País.
Representando 25% do comércio internacional português e movimentando cerca de 14 milhões de toneladas de mercadorias por ano, Leixões é um dos portos mais competitivos e polivalentes do país, já que passam por Leixões cerca de três mil navios por ano e todo o tipo de cargas, das quais se destacam: têxteis, granitos, vinhos, madeira, automóveis, cereais, contentores, sucata, ferro e aço, álcool, aguardente, açúcares, óleos, melaços, produtos petrolíferos e ainda passageiros de navios de cruzeiro.

Medidas estruturais devem substituir a consolidação temporária

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CIP define prioridades para relançar o crescimento
“Portugal precisa de uma política industrial para o século XXI” – afirmou António Saraiva, no encerramento do Congresso da CIP. Durante os dois dias de congresso foram elaboradas as propostas a apresentar ao novo Governo que resultar das eleições de 2015.

A primeira prioridade apontada por António Saraiva é conciliar a sustentabilidade das finanças públicas com o estímulo ao crescimento económico, necessário à resolução do problema do desemprego, nomeadamente através da redução da carga fiscal, de medidas de fomento do investimento privado e da retoma do investimento público estratégico.
“Este será o maior desafio do próximo governo” – salientou o presidente da CIP.
Segundo referiu, é indispensável que, do lado da despesa corrente primária, sejam tomadas medidas para substituir as medidas de consolidação temporárias, que foram adotadas durante o período do programa de ajustamento, por medidas estruturais, com um impacto significativo na despesa pública. “Tal implica avançar decisivamente na Reforma do Estado, de forma a assegurar a prestação de serviços de interesse público com maior qualidade e absorvendo uma menor parcela dos recursos produzidos pela economia” - acrescentou.
Para António Saraiva, a Reforma do Estado deve, ainda, reconhecer que há áreas onde o Estado não deve intervir, porque podem ser mais eficientemente prosseguidas pelo setor privado, com vantagens para a Sociedade como um todo.
E pontou como exemplo a área da saúde, onde o Estado tem de aprender a olhar o setor privado como um parceiro, e deve assegurar a separação das suas funções de comprador, financiador, regulador e prestador de serviços saúde.
 
Criar uma plataforma global
 
Privilegiar, em termos de investimento público, as infraestruturas que permitam uma melhoria da conectividade internacional e da atração de investimento direto estrangeiro, foi a segunda prioridade referida por António Saraiva. O objetivo é fazer de Portugal uma plataforma global, tirando partido da fachada atlântica de Portugal nas rotas do comércio mundial. Foi realçada a necessidade de assegurar a intermodalidade entre ferrovia-rodovia e transporte marítimo e de, no setor ferroviário, desenvolver e integrar a Rede Transeuropeia de Transportes e ao mesmo tempo promover a sua plena interoperabilidade.
 
Reduzir a carga fiscal e normalizar pagamentos

 
O presidente da CIP considera indispensável reduzir a carga fiscal sobre as empresas e sobre as famílias e tornar o sistema fiscal português mais competitivo, previsível e mais simples, capaz de estimular a recapitalização das empresas e o investimento. “Neste processo, é fundamental o cumprimento do calendário previsto pela reforma do IRC para a redução da respetiva taxa e das derramas” - salientou.
 Para António Saraiva também é urgente resolver definitivamente o problema das dívidas das entidades públicas às empresas e promover a redução dos respetivos prazos de pagamento, incluindo a sua aplicação às entidades públicas que fazem parte do Serviço Nacional de Saúde.
 Entre as prioridades referidas por António Saraiva está a redução dos custos de contexto que afetam o normal desenvolvimento da economia. Em particular, importa tornar efetivo o princípio “uma só vez”, que dispensa a entrega de informação ou documentos já detidos pela Administração Pública, aliviando as empresas da multiplicidade de atos declarativos.
Importa também atuar sobre a celeridade do funcionamento da justiça económica.
Nas conclusões do Congresso da CIP, António Saraiva defendeu a promoção de alterações essenciais no domínio da legislação laboral, assegurando, entre outras, a eliminação da reintegração obrigatória como consequência do despedimento ilícito e a consagração de justas causas de despedimento disciplinar legalmente tipificadas, para operarem independentemente do conceito genérico de justa causa de despedimento disciplinar a que as outras situações ficariam sujeitas.

321 Crédito aplica 100 milhões no crédito automóvel

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Quota de mercado deverá atingir 15% em 2016
A nova marca 321 Crédito acaba de ser lançada no mercado. A nova instituição financeira especializada resultada da compra do BPN Crédito e pretende aumentar a quota de mercado no segmento do financiamento de automóveis usados.

De acordo com Luís Monteiro D’Aguiar, presidente executivo da instituição, “a 321 Crédito está no mercado nacional numa lógica de longo prazo e quer continuar a crescer em ritmo sustentado para voltar a ocupar o lugar que já lhe pertenceu entre as 5 maiores Instituições Financeiras de Crédito Especializado em Portugal. A nível operacional esta meta implica atingir uma produção média de pelo menos J100 milhões anuais”
Com ativos líquidos de 120 milhões de euros, a 321 Crédito nasce com solidez financeira e operacional, apresentando uma situação líquida de 22 milhões de euros.
A sólida situação patrimonial da 321 Crédito, permite-lhe desenvolver um plano estratégico de crescimento, reforçando a sua posição competitiva.

Financiamento é garantido através da securitização

O financiamento da atividade creditícia é assegurado através da securitização dos contratos de crédito no mercado de Londres. Na prática, a 321 Crédito vende os contratos de financiamento a uma entidade externa, que assume uma parte dos riscos de incumprimento. Tal como acontece em outras áreas que envolvem a securitização da carteira de crédito, apesar de haver uma transferência formal do contrato de crédito para uma entidade externa, a 321 Crédito mantém a relação direta com os clientes durante todo o contrato de financiamento, que pode chegar aos 96 meses.
Para Luis Monteiro D`Aguiar, neste segmento do financiamento automóvel é determinante a intervenção dos stands de automóveis, tendo em conta a relação de proximidade com os clientes. O fator de proximidade permite gerir com mais eficácia os riscos de incumprimento e possibilita a recuperação dos pagamentos em atraso.
A 312 Crédito conta com 99 colaboradores e dispõem de uma cobertura nacional, com escritórios em Lisboa, Porto e Leiria.
Tendo presentes os valores de proximidade, simplicidade, transparência e rigor a marca 321 Crédito está associada a uma qualidade de serviço sem concessões nem complicações.
A marca 321 Crédito, surge com uma imagem gráfica orgânica, simples e relacional, utilizando uma combinação das cores água-marinha e amarela e dos algarismos 3 2 e 1, reforçando os valores centrais da marca.
A nova marca 321 Crédito foi desenvolvida pela Brandia Central, estando a partir de hoje presente em todo o país através da rede 321 Crédito assim como dos seus mais de 500 concessionários automóveis parceiros de negócio em todo o país.
Segundo Luís Monteiro D’Aguiar, “a 321 Crédito vai alavancar a excelente imagem da empresa enquanto prestadora de serviços de qualidade, um serviço a clientes exemplar, a grande atenção ao detalhe e associar a estas vantagens uma política de simplicidade e rigor, suportada por colaboradores dedicados e sistemas robustos e eficazes”.

Produtos algarvios geram circuitos que podem atrair mais turistas

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Gastronomia de autor e produtos autóctones – fatores de diferenciação e motores da economia no Algarve
Os produtos algarvios são numerosos e apreciados por quem os conhece, desde o medronho à flor de sal, passando pelos menos divulgados, como o queijo de cabra fresco. A região é rica em restaurantes premiados com estrelas Michelin e Chefes reconhecidos, que procuram reinterpretar estes produtos e diferenciar a sua cozinha. Logo, juntamente com o sol, o mar e o golfe, a gastronomia constitui um fator de atração adicional para o turista, mas não só. Juntando as manifestações artísticas, inspiradas nos produtos, pode-se dar a conhecer todo um Algarve ainda por descobrir.

Desidério Silva, presidente do Turismo do Algarve, faz a introdução ao debate sobre a importância da gastronomia e produtos autóctones na região do Algarve, referindo que a região de turismo  tem procurado “dar mais atenção ao encontrar outras complementaridades àquilo que é o nosso símbolo maior que é o sol, a praia e o golfe, o nosso segundo produto. Com o enfoque na Dieta Mediterrânica devido à candidatura a património imaterial da humanidade, reforçámos a preocupação e procura de como intervir para sensibilizar e recuperar a gastronomia a nível regional. Já existe essa preocupação de manter a identidade na oferta no litoral, no barrocal e na serra”, revela o Presidente.
A divulgação desta oferta faz-se através de guias, meios de comunicação da região de turismo, da própria Agência de Turismo do Algarve, em feiras. “Nas feiras em Madrid e Barcelona tivemos a promoção do destino Algarve, em que falámos particularmente da gastronomia e da cataplana, feita à vista dos convidados, e há uma aceitação cada vez maior dos nossos produtos”.
Desidério Silva admite que “os turistas ainda não vêm ao Algarve pela gastronomia, mas, se forem canalizados para este tipo de oferta, ficam agradavelmente surpreendidos pela positiva. Numa região como a nossa, que recebe 17 milhões de dormidas num ano, tem de haver alguma diferenciação. É importante ter oferta dos produtos na região tanto para a imagem como para a economia, que, numa escala de valor, se todos os produtos forem consumidos cá,  ajudam a economia”, afirma Desidério Silva.

Explicação em “fine dining” divulga produtos algarvios

Salvador Lucena, diretor do Monte Rei Golf & Country Club, explica que o Chef do Resort, Jaime Perez, “tem vindo a apaixonar-se pelos produtos locais e é algo que incentivamos porque a gastronomia também é uma interpretação. Trabalhamos os produtos locais que a cozinha reinventa, reinterpreta. Não é interessante para quem viaja, e para o turismo em geral, ter um Chef espanhol que só trabalha com produtos espanhóis, em Portugal, no Algarve. Por exemplo, a flor de sal está muito presente em Monte Rei, assim como o polvo, o coelho da região, o marisco”. O resort compra,  por isso, quase tudo localmente e quase não importa.
“Em ambiente de “fine dining” há uma explicação grande, para além da qualidade do que é confecionado e das técnicas, a restauração de alto nível passa pela explicação daquilo que está a ser servido e isso traz alguma divulgação”, afirma Lucena. À medida que o resort ganhar mais massa crítica, Monte Rei poderá ter uma pequena loja gourmet com alguns produtos.
“Trata-se sobretudo de descobrir os produtores que não estão à vista. Há pouca divulgação. Não é obvio o que vamos comprar quando queremos escolher uma boa marca de medronho. A flor de sal hoje em dia é muito mais óbvia, mas, há uns anos atrás, a flor de sal que se consumia nos hotéis era importada. Há um caminho grande a fazer na divulgação para os produtores trazerem os produtos para o mercado e para que se tornem mais conhecidos e as pessoas possam comprar, tanto os Chefs como o cliente final”.
Monte Rei tem como âncora o campo de golfe de grande prestígio, mas a gastronomia é uma parte forte e quase todos os clientes que visitam o resort têm uma experiência gastronómica.

Comunicar o produto na origem atrai pessoas

A alavancagem do negócio da Salmarim foi a flor de sal, “por ter uma mais-valia superior e não existia no mercado porque data dos anos 1970 e foi criada para os Chefs franceses”  e assim conseguiu  Jorge Raiado, o fundador da empresa, “a sustentabilidade do seu negócio, apesar de olhar hoje para o sal tradicional de forma mais sustentável”.
“O que fiz foi falar com os chefs. Com o Monte Rei já fizemos três eventos de comunicação em que tentámos ter o máximo de produtos que conseguimos e trouxemos a imprensa estrangeira para comunicar o que se faz na origem porque o local é importante. No projeto do sal, o que tentei fazer foi criar uma mais-valia nos produtos, fazendo o que as condições meteorológicas me permitem, estando dentro de uma reserva, que é primeira do país e tem características específicas. O meu afastamento do mar permitiu-me fazer mais coisas que são impossíveis de fazer se estivermos demasiado perto. Tentei conciliar tudo e ter cozinheiros muito bons ao meu lado a dizer o que fazer e o que queriam. Aceitei o desafio. Assim, tenho um produto que já tem preço de mercado e está todo esgotado”, exclama.
O cliente da flor de sal é a restauração. “Vou criando uma rede à minha volta com os Chefs que pedem ingredientes especiais como agora a amêndoa verde, que quase ninguém usa, para o Chef Leonardo Pereira, que vem do restaurante Noma, ou outra encomenda especial, os alperces feitos com sal. Tento fazer o fato à medida e sempre com inovação, aromas, embalagens específicas. Somos por isso fornecedores do Vila Joya, Ocean, Vila Vita, São Gabriel”.

Explorar outras alternativas para o turista no Algarve

Filomena Marques, mentora do “Mar e Montanha – Arte e Gastronomia no Algarve”, evento gastronómico e cultural que junta artistas e chefes de cozinha, apresenta uma forma de ligação entre as várias atrações do Algarve. “O Algarve tem o sol, praia, mas também a montanha, o barrocal e uma série de produtos únicos, produtos autóctones, alguns com denominação ou não, os Chefs, e tem potencial. Os produtos não têm potencial de exportação, mas turístico, porque uma visita a um berçário de ostras é extraordinária, por exemplo”. Perante a ideia de “um olhar diferente, em sinergia, com o artista, o chefe, o produtor e o produto, todos num diálogo para criar uma visão diferente e um produto turístico também diferente, um circuito, uma forma de apresentar ao turista outras alternativas a explorar no Algarve”, nasce o Mar e Montanha. “Mais do que os resultados, são as ligações que se estabelecem e a possibilidade de se criar esta dinâmica. O potencial de transformar pequenos produtores em máquinas de promoção turística através desta relação. Temos apostado muito na ligação que articulamos com a Universidade do Algarve, com a ACRAL e com os produtores – o medronho é sempre pioneiro, o sal também –, mas temos muitos outros, como o polvo, uma série de produtos que podem ser a nossa marca lá fora. O Algarve pode ser destino gastronómico e não só sol e praia. O Algarve tem de chegar lá fora de outra forma. O turismo, a gastronomia, exportação e potencial económico estão juntos. As pessoas viajam para conhecer um produto, ver de onde vem, porque querem experimentar a refeição e querem a experiência. É possível criar essa experiência em todo o Algarve com circuitos que perdurem ao longo do tempo”, conclui Filomena Marques.

Tornar a Dieta Mediterrânica num produto turístico

Catarina Cruz, representante da CCDR Algarve, fala da vontade do presidente da CCDR de que, “quando alguém chegasse ao Algarve, pudesse usufruir da Dieta Mediterrânica, tornando-a num produto turístico. A Dieta Mediterrânica não é só gastronomia, é um modelo de vida. Há que tentar dinamizar melhor e criar circuitos que vão desde o produto até à utilização. Reabilitar ou plantar de novo as amendoeiras, que estão velhas, e as oliveiras também. Isto tudo é muito importante a nível do barrocal, a cultura, as festas populares, o regresso à tradição. O único fruto que tem algum desenvolvimento é a alfarroba, porque tem um preço de mercado acessível. Estamos a tentar dinamizar estas fruteiras, que eram a base do nosso barrocal e portanto da economia regional do Algarve durante muitos anos. O turismo criativo no âmbito desta Dieta Mediterrânica é muito importante”, diz Catarina Cruz.
Vítor Guerreiro, presidente da ACRAL, considera que “ninguém representa a região que detém 40% do turismo nacional”. O Algarve tem 450 mil habitantes, está subdividido em 16 autarquias, algumas com 2500 habitantes, e isso traduz-se no número de associações ligadas aos produtos. “Como tirar partido da Dieta Mediterrânica, do sal, do polvo, se, por exemplo, existem 15 associações de pescadores do polvo, mas é aquele que mais se pesca em termos de quantidade e traz mais riqueza à região, logo precisa de ser valorizado e por isso temos um projeto feito para a divulgação do polvo”. Vítor Guerreiro frisa ainda que “é preciso saber como promover, como exportar, é preciso um acompanhamento. Se não se desenvolver o barrocal e a serra, o turismo como está não é sustentável. Se o Algarve trabalhar em termos de região e houver uma linha de desenvolvimento, todos ficarão melhor”.

Fiscalizar se o produto é genuíno é principal problema da aguardente de medronho

“O medronho não pode ser uma situação industrializada e temos de apostar na qualidade e dirigirmo-nos para alguns nichos de mercado. Se a nossa restauração e hotelaria tivessem medronho dentro dos parâmetros legais seria extraordinário”, afirma João Paulo Nunes, Presidente da APAGARBE. Existem 28 produtores de aguardente de medronho, logo a maioria esgota a produção. “Temos um produto bom, mas caro –, o Estado leva quase 10 euros numa garrafa de medronho. Os que não produzem em qualidade têm em demasia e não conseguem vender e de vez em quando apanho uma garrafa minha e percebo que não tem a cor do meu medronho”, acentua João Paulo Nunes.
Antigamente, o Instituto da Qualidade Alimentar selava uma garrafa e levava para analisar e, se precisava de uma análise, era feita gratuitamente. “Apareceu a ASAE, as análises são pagas e despareceu a fiscalização do que está dentro da dentro da garrafa porque apenas veem o rótulo. Será que o produto é genuíno? É um dos grandes problemas que temos”, revela.
“Não há nenhum especialista em medronho. Medronho bom pode produzir-se em qualquer lado, mas as características são diferentes. Fazer aguardente de medronho é complexo porque o fruto tem de ser bem apanhado, bem conservado durante a fermentação, vigiado, destilado com calma para os vapores se formarem lentamente porque se o fogo acelerar os álcoois não têm bom sabor e a aguardente não presta”, explica o presidente da APAGARBE.



Famílias numerosas vão pagar menos por automóveis com mais de cinco lugares

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Lei entra em vigor a 1 de Janeiro de 2016
Os automóveis com mais de cinco lugares vão ser mais baratos para as famílias numerosas a partir de 1 de janeiro de 2016. Já publicada em Diário da República, a Lei nº 68/2015, de 8 de julho, que altera o Código do Imposto sobre Veículos, introduz uma isenção de 50% em sede de imposto sobre veículos (ISV) para as famílias numerosas. A medida é dirigida a um universo de 154 mil famílias numerosas, das quais 81% têm três filhos.

A referida isenção será aplicável na aquisição de automóveis ligeiros de passageiros com lotação superior a cinco lugares por sujeitos passivos que comprovadamente tenham mais de três dependentes a seu cargo, ou, tendo três dependentes a seu cargo, pelo menos dois com idade inferior a oito anos.
Limitada a um veículo por agregado familiar, a lei só se aplica a automóveis ligeiros de passageiros “com emissões específicas de CO2 iguais ou inferiores a 150 g/km, não podendo a isenção ultrapassar o montante de 7800 euros”. Refere ainda o diploma que o reconhecimento da isenção prevista “depende de pedido dirigido à Autoridade Tributária e Aduaneira”.

Desconto equivale a 5% do PVP no Seat Alhambra

No caso do Seat Alhambra, monovolume de sete lugares (“irmão” do Volkswagen Sharan) que é produzido em Portugal (na Volkswagen Autoeuropa, em Palmela), o desconto rondará, pelas contas da “Vida Económica” feitas com base no ISV e IVA em vigor em 2015, 5% do PVP.
O modelo liquida, este ano, 3487,62 euros de ISV (mais IVA paga um total de 4289,78 euros). Em 2016, liquidará metade daquele imposto, ou seja 1743,81 euros (mais IVA pagará um total de 2144,88 euros). Na prática, o PVP passará dos atuais 43 321 euros para 41 176 euros•

Magnum Capital vende participação na Geriatros à PAI Partners

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A empresa de private equity Magnum Capital concluiu a venda da sua participação na Geriatros, empresa espanhola na prestação de serviços em residências assistidas, à PAI Partners.
A Geriatros centra a sua atividade na assistência permanente a pessoas idosas e na prestação de serviços na área da saúde mental. A empresa está presente em 11 comunidades autónomas, tendo sob gestão 6254 lugares em 45 centros, dos quais 41 são destinados a idosos e quatro dedicados à saúde mental. O grupo alcançou, em 2014, uma faturação superior a 100 milhões de euros.
Desde a aquisição por parte da Magnum Capital, em 2012, a Geriatros passou de 28 centros residenciais para os atuais 45, graças à sua expansão em regiões como as Astúrias, Castela-Mancha, Castela-Leão e Valência. O grupo ampliou ainda o leque de serviços oferecido, desenvolvendo a sua atividade no sentido de proporcionar bem-estar tanto a pessoas idosas, autónomas ou em situação de dependência como a adultos e adolescentes portadores de doenças mentais.
A entrada da PAI Partners não implicará mudanças na catual equipa de gestão liderada por Josefina Fernández Miguélez, CEO da empresa, que se mantém na estrutura accionista da Geriatros. Com um primeiro fundo totalmente investido, a Magnum Capital está atualmente em processo de constituição do Magnum Capital II, um fundo que tem por objetivo investir 500 milhões de euros.

Banca europeia tem custos elevados devido aos litígios

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Os problemas relacionados com uma conduta desadequada deterioram a imagem e a reputação dos bancos. Também têm um impacto negativo na sua rentabilidade. Quase todos os grandes bancos europeus apresentam, no presente exercício, custos elevados por litígios, compensações e pagamentos idênticos.
Existe a ideia generalizada de que estas contingências – provocadas, por exemplo, pela venda de produtos desadequados a clientes – tenderão a aumentar no futuro. Por isso, as entidades financeiras estão a aumentar as suas provisões. Estas algumas das principais conclusões retiradas de um estudo elaborado pela Autoridade Bancária Europeia. As provisões que têm de ser constituídas por razões legais e litigiosas continuam a ser um desafio, especialmente numa altura em que a rentabilidade da banca está sob forte pressão. Basta ter em conta que, para os maiores bancos, as provisões chegam a atingir entre 5% e 10% do resultado de exploração.
A tudo isto acresce um outro problema. Os bancos com menores rentabilidades podem avançar para negócios mais arriscados na sua procura de receita adicional, por via de taxas e comissões. Acontece que é também nestas entidades que surgem mais problemas relacionados com uma conduta desadequada. Como tal, constituir provisões para fazer face a estas situações é visto com um fator essencial para a atividade bancária. Os bancos europeus já terão pago mais de 100 milhões de euros por litígios e compensações desde que teve início a crise financeira. Mas isto respeita a apenas 55% desses bancos. Cerca de um quarto das entidades bancárias terá desembolsado qualquer coisa como mil milhões de euros. A tendência é para que a fatura continue a agravar-se nos próximos meses, sendo certo que muitos destes processos nem sequer chegam ao conhecimento do grande público.

Três ações portuguesas nas recomendações do BPI

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São três as empresas portuguesas cujas ações constam da Core List ibérica do BPI. Altri, EDP Renováveis e Sonae SGPS têm recomendação de compra e emparelham nesta lista com outras ações espanholas: CAF, Endesa, FCC, Ferrovial Liberbank, Melia e Sabadell.
O Iberian Book reúne um portefolio formado por ações que têm uma recomendação de compra pelo BPI Equity Research. Este portefolio é modificado se se alterarem as condições que levaram à inclusão de uma ou mais ações, refere o banco em nota de research a que a “Vida Económica” teve acesso.
Desde a publicação do último documento, a 19 de janeiro, “a CoRe List registou uma valorização de 14.80%, superando assim os seus índices de referências ibéricos”.
Porém, mais recentemente “o aumento da incerteza associada à Grécia introduziu mais volatilidade nos mercados acionistas”, enquanto “no caso do mercado espanhol este cenário foi ampliado pelos resultados das eleições regionais e locais no país”.

Cenários para as portuguesas

No caso da Altri, a recomendação de compra (risco elevado) aponta para um preço-alvo de 5.10 euros em 2016. Entre os fatores positivos, destacam-se “a tendência positiva dos preços de pasta branca de eucalipto”, bem como “a quebra, em 20%, da cotação da ação desde o máximo atingido em abril”, pelo que “transaciona agora a níveis mais atrativos”.
A EDP Renováveis goza de uma recomendação de compra (risco médio) e um preço-alvo de 7,75 euros. Segundo o BPI, “a empresa está a analisar alternativas de monetizar e rodar os seus ativos, focando-se particularmente na possibilidade de estabelecer uma YieldCo - veículos negociados em bolsa que gerem um portefolio de ativos com receitas reguladas e que distribuem dividendos aos acionistas) composta por ativos europeus de geração eólica a ser admitida à negociação no mercado espanhol”.
Já a Sonae SGPS, com recomendação de compra (risco elevado) e preço-alvo de 1,90 euros, tem do seu lado “a qualidade dos ativos” e “a desvalorização da ação em 21% desde máximos de Abril”.

Riscos ibéricos

A mesma nota não deixa de apontar riscos para ambas as economias. No caso de Portugal, “o cenário hipotético de uma saída da Grécia da Zona Euro pode ser temporariamente negativo”. Todavia, “a situação de Portugal é agora mais robusta do que em 2015. A economia está numa fase de expansão e todas as necessidades do Estado para 2015 já foram satisfeitas com as emissões de dívida já realizadas”.
Em Espanha, e “apesar dos progressos efetuados, persistem alguns riscos, embora equilibrados”: nos últimos anos “têm sido efetuadas algumas correções aos desequilíbrios que marcaram a década”. Porém, “a economia espanhola permanece vulnerável a choques externos, em virtude da elevada dívida dos sectores público e privado”, bem como “o desemprego acentuado”.

Segmento do turismo residencial ressente-se da falta de oferta disponível

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O investimento externo direto em Portugal deverá duplicar com a extensão do programa Vistos Gold. Segundo a Associação Portuguesa de Resorts (APR), o turismo residencial sente já a falta de produto disponível. Mas alerta para a falta de capacidade financeira dos promotores.

As estimativas da APR apontam para que o alargamento do âmbito do programa Vistos Gold permitirá superar os três mil milhões de euros de receitas, valor que “não inclui os gastos realizados nas outras áreas para além do montante afeto a obtenção do visto”, disse Pedro Fontainhas, diretor executivo da entidade.
Em comunicado, a APR cita dados do SEF para referir que o programa de Autorização de Residência para Investimento, comummente conhecido como Vistos Gold, representou até à data uma entrada de investimento direto de 1,4 mil milhões de euros.
A Lei n.º 63/2015 introduz quatro novas opções, promovendo o investimento em áreas como a reabilitação urbana, a investigação científica, o apoio à produção artística, a recuperação ou manutenção do património cultural nacional e a capitalização de pequenas e médias empresas. A estes, acresce o incentivo ao investimento localizado em territórios de baixa densidade, patente na diminuição em 20% do investimento necessário.

Vendas superam 25 mil unidades

No segmento do turismo residencial, a APR estima que em 2014 as vendas deste segmento “estão  em franco crescimento face a anos anteriores”, com “vendas a estrangeiros na casa de 25 mil unidades em 2014”, sendo de esperar “vendas em 2015 iguais ou superiores a 2014”.
Este crescimento “é sobretudo sentido  em Lisboa e no Algarve, com crescimentos muito interessantes na zona de Troia/Comporta”, afirmou a mesma fonte à VE. O Algarve representa cerca de 90 % das compras de segunda habitação.
Ao mesmo tempo, sendo que “as estatísticas oficiais são ainda escassas”, “é seguro dizer que os preços deixaram de baixar em 2014”. Assim, “com o aumento da procura e manutenção da escassez na oferta, haverá uma clara tendência de crescimento de preços em 2015/2016”, assegura a APR.
Paralelamente, os próximos anos poderão ditar o retorno da promoção neste segmento.  Em Lisboa, “face à enorme procura em 2014 e escoamento da oferta”, regista-se já “muita obra em curso”. Nos resorts, “estando o produto a acabar, 2015 e 2016 serão anos de forte investimento em nova obra”, adianta.
Este volume “dependerá da capacidade financeira dos promotores e do financiamento dos bancos”, sendo que, no segundo caso, “os bancos estão ainda mais preocupados em “escoar o produto que têm em mãos” e só depois poderão pensar em financiar novos projetos”.

Investidores aumentam aposta no imobiliário em Portugal

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Recorde de 1200 milhões em transações
Os investidores em imobiliário português estão bastante otimistas quanto à evolução do mercado imobiliário nacional, estando dispostos a investir em produtos com maior perfil de risco num ano que está a posicionar-se como histórico para o investimento imobiliário, revela o primeiro Barómetro IPD/JLL.

De acordo com este documento, mais de 70% dos investidores inquiridos espera que o volume transacionado em 2015 seja superior a 1,2 mil milhões de euros, depois de o primeiro semestre do ano ter já registado um investimento na ordem dos 800 milhões de euros. Além disso, uma maior confiança no mercado e na própria evolução da economia é também visível nas estratégias de investimento destes players, dos quais cerca de 50% consideram investir ou em ativos por reestruturar ou em ativos com desocupação.
Estas são algumas das principais conclusões do Barómetro IPD/JLL, uma iniciativa inédita em Portugal que regista o sentimento e perspetivas de evolução do mercado imobiliário junto dos principais investidores imobiliários a operar em Portugal. Produzido pelo IPD, entidade de referência na avaliação da performance do investimento imobiliário, e pela consultora JLL, este Barómetro terá uma regularidade semestral.
“Os mercados ocupacionais estão em franca recuperação, principalmente nos escritórios e no retalho, assim como a economia, o que tem levado a um forte crescimento do investimento”, afirma Pedro Lancastre, diretor-geral da JLL Portugal.
“A perceção dos investidores é que se deverá continuar a crescer nos principais indicadores, o que, somado à dimensão do mercado e à escassez que já começa a sentir-se nos produtos prime, tem levado a estratégias de investimento com maior perfil de risco. Isto num ano em que o investimento até ao final do primeiro semestre já soma 800 milhões de euros e, por isso, está bem posicionado para superar níveis históricos”, conclui.

Gestores de imobiliário de escritórios sob pressão

O grau de exigência dos gestores de topo para alcançar maiores níveis de produtividade está a crescer substancialmente e a criar uma espécie de “panela de pressão” no que toca às expetativas relativas às equipas de imobiliário corporativo (CRE – Corporate Real Estate), revela o novo relatório global da JLL.
“Atualmente, em toda a Europa, Médio Oriente e África, os CEO estão muito focados na obtenção da máxima produtividade dos seus espaços de escritórios. Em resposta a isso, os gestores de imobiliário corporativo devem usar informação e dados de análise cada vez mais sofisticados, de modo a tornar os seus portefólios imobiliários mais eficientes”, diz Vincent Lottefier, “global director” e CEO de Corporate Solutions da JLL na região  EMEA.
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