PME portuguesas entraram na cadeia de valor das grandes empresas europeias

O secretário de Estado da Economia disse à “Vida Económica” que a indústria de metalurgia e metalomecânica representa 15 mil empresas, que empregam 200 mil pessoas e representam 19% das exportações e 30% das exportações da indústria transformadora e em termos de volume de negócios 18% do PIB português.
“É um setor desconhecido para a maioria dos cidadãos” – afirmou.
Nos stands das empresas portuguesas que constituíam a maior delegação estrangeira no Midest eram bem visíveis produtos com aplicações muito diversas. Componentes metálicos para os sistemas de arrefecimento de centrais nucleares, novos sistemas de ligação para as carruagens do TGV, partes do chassis dos Renault elétricos, válvulas para submarinos, estruturas completas em alumínio para os microcarros Ligier são alguns dos exemplos entre o vasto leque de produtos “made in Portugal” apresentados aos visitantes do Midest.
“A visita ajudou-me a ver que estas PME aceitaram o desafio e o repto que foi feito pelo Governo de exportar. Estas empresas deram resposta ao desafio da exportação, ao desafio da inovação.” – disse Leonardo Mathias.
Segundo referiu, temos no setor da metalurgia e metalomecânica PME de qualidade assentes em quatro pilares estratégicos: a inovação & desenvolvimento, a certificação nacional e internacional, a propriedade industrial e a qualificação.
“Esta indústria percebeu que não podia fazer tudo para todos e por isso insere-se na cadeia de valor das grandes empresas. Um automóvel BMW tem produtos da metalurgia portuguesa, tal como um avião Airbus. Esse é um aspeto relevante que o Governo só pode apoiar” – garantiu.
Com base nas opiniões recolhidas junto dos expositores, Leonardo Mathias considerou que o fator mais importante para as empresas é a formação. Assim, além do cuidado na decisão estratégica quanto ao onde exportar, afirmou ser decisiva uma maior ligação da Universidade às empresas, porque estas necessitam de quadros com capacidade técnica muito específica. “Esse é o maior desafio” – afirmou.

Exportação favorece criação de emprego

Para Leonardo Mathias, temos três motores na economia: o consumo, com a estabilização do consumo privado, sustentado pelas exportações e o investimento privado.
Em sua opinião, maior produção vai querer dizer maior emprego. Maior emprego vai querer dizer maior qualidade de vida para os cidadãos. “É isso que nos preocupa e faz mexer todos os dias” - salientou.
“Tive contacto em Paris com investidores que estão atentos a Portugal. Um deles fez uma aquisição no nosso país. Vemos que há capital vindo de fora e as empresas estão a expandir-se, o que tem feito com que Portugal tenha hoje um modelo económico mais produtivo e que no final vai dar mais crescimento à nossa economia” - acrescentou.
 
Apoio ao crescimento das empresas

“O Governo não exporta, mas cabe-lhe dar às empresas as melhores condições possíveis para que os empresários portugueses estejam em igualdade de circunstância com os congéneres europeus. Cabe ao Governo facilitar a vida, dar um enquadramento para que os empresários possam tomar as decisões estratégicas: investir numa nova fábrica, exportar para novos mercados, através do Aicep, das embaixadas do Ministério da Economia e dos outros ministérios, o Governo dá o apoio inequívoco às empresas portuguesas para se expandirem” - garantiu.
Segundo referiu, haverá sempre forma de facilitar, de remover barreiras, de tornar mais fácil a vida não só do cidadão mas também do empresário.
Em sua opinião, este Governo tem feito bastante no que tem sido a simplificação e facilitação de processos. Vai desde a reforma do IRC ao preenchimento dos formulários de impostos, ao licenciamento industrial, comercial. “Todos esses processos são feitos com o objetivo de facilitar a vida às pessoas para que tomem as suas opções. com maior liberdade” – concluiu.